Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina

Cidade reduz gripe suína com mudança de protocolo

Desde 24 de julho, quatro dias após modificar o protocolo de distribuição do Tamiflu para pacientes com suspeita de gripe suína, a cidade de Foz do Iguaçu (PR) não registrou mais internações de moradores da cidade, com sintomas graves da doença, em leitos de UTI. "O último paciente grave que tivemos, veio de outro município", afirmou a Terra Magazine a infectologista Flavia Trench, que trabalha na rede privada da cidade.

A cidade, de 300 mil habitantes, localizada na fronteira com a Argentina e o Paraguai, chamou a atenção nacionalmente quinta-feira passada, 30, quando foi divulgado que ela havia sido uma das primeiras, junto com Passo Fundo (RS), a flexibilizar a distribuição do remédio. No dia seguinte, o Ministério Público Federal questionou o Ministério da Saúde sobre os critérios para distribuição Tamiflu. Nesta terça-feira, 4, o ministro José Gomes Temporão anunciou a flexibilização do protocolo.

Foi estudando o remédio e os efeitos da doença, que os médicos da cidade e o secretário de Saúde de Foz do Iguaçu, o cardiologista Luis Fernando Zarpelon, notaram a contradição do protocolo, que previa que o remédio deveria ser ministrado a pacientes que apresentassem um quadro grave da doença em 48 horas. Entretanto, notaram, os casos da doença evoluem "para grave do terceiro ou quarto dia em diante. E o Tamiflu não funciona depois de 48 horas. A partir de 48 horas, dar chá de cidreira e Tamiflu é a mesma coisa", disse o secretário aTerra Magazine.

A cidade registrou 12 casos suspeitos de morte pela infecção causada pelo vírus H1N1. Dois foram confirmados, um foi descartado após exames e nove ainda dependem de confirmação. Foi diante desse quadro, com aumento de casos graves e mortes, que a rede de saúde do município, pública e privada, encontrou a saída.

"No dia 19 de julho, os serviços de saúde começaram a perceber o surgimento de um número muito grande de casos de doença respiratória aguda grave. Eram quadros atípicos, em pacientes geralmente jovens, que evoluíam de forma muito rápida", relatou a Terra Magazine o secretário municipal de Saúde, o cardiologista Luis Fernando Zarpelon.

Como apareciam com sintomas de gripe comum, esses jovens pacientes não recebiam o Tamiflu, indicado até então pelo ministério da Saúde para crianças menores de dois anos, idosos maiores de 65, grávidas e pacientes imuno-deprimidos ou com diabetes, com sintomas de gripe. Os pacientes que não se encaixavam no antigo protocolo do ministério, relata o secretário, acabavam voltando dois, três dias depois, com sintomas graves, quando o remédio não é mais indicado, e alguns evoluíam para internação, inclusive com uso de respiração artificial.

Uma unidade de saúde de referência em gripe foi criada no município, com atendimento 24 horas e suporte de raio-x e laboratório, bem como o Comitê Permanente de Enfrentamento à Gripe e uma central 24 horas, para atendimento de médicos em busca de informações sobre o H1N1. A partir de então, o protocolo mudou: ao detectarem casos de síndrome gripal, os médicos passaram a ligar para a central, trocavam impressões com os colegas de plantão (todos infectologistas ou médicos capacitados para esse atendimento), e uma vez de acordo, o Tamiflu era receitado e liberado pela rede de saúde.

O segredo, crê o secretário, está no bom diagnóstico de gripe. "Observamos que, com a equipe treinada, identificando os casos precocemente e indicando o remédio de forma precoce, nós passamos a diminuir o número de internações graves e isso foi corroborado pela rede privada do município", diz Zarpelon. "Todos os óbitos na cidade foram anteriores ao novo protocolo", completa a infectologista Flávia.

FONTE: Terra Magazine

0 comentários:

Postar um comentário